CAPELA DE SANT'ANA E CRUZEIRO
Construção barroca dos princípios do século XVIII, é a única ermida que subsiste de um conjunto de cinco que a vila teve. As outras eram a de S. Pedro, da qual resta a torre do relógio público, a de S. João Baptista, evocada numa casa de habitação próxima dos Correios, a de S. Sebastião, junto ao Zêzere e a de Santo André, na antiga entrada do lado de Abrantes.
A imagem de Santa Ana com Nossa Senhora ao colo é muito da devoção do povo, em especial na ocasião do parto. Antigamente eram muitas as pessoas que deixavam uma lamparina à Senhora Sant'Ana para que desse boa hora.
Teve, em tempos, três valiosos retábulos em castanho, oferecidos no século XIX pelo Dr. Francisco da Costa Falcão, médico, grande proprietário e presidente da Câmara de Constância. Foram transferidos, nos anos 70, para a vizinha Igreja Matriz onde podem ser apreciados.
Atualmente a ermida serve de capela funerária. Uma vez por ano, a 26 de Julho, quando a Igreja festeja o casal Santa Ana e S. Joaquim, o dia costuma ser assinalado com uma missa na capela.
Em frente, do outro lado da Rua de Sant'Ana, há um cruzeiro que marca este caminho de gente de Cristo que vem dos rios e da Praça até à Matriz lá no alto.
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CAPELA DE SANTO ANTÓNIO
Uma muito antiga lenda diz que a capela de Santo António de Entre Vinhas foi a segunda que se ergueu em Portugal, em 1232, o ano seguinte ao da canonização do mais popular dos nossos santos.
Foi local de romaria muito frequentado, como testemunha o desgaste dos degraus de acesso.
De pequena dimensão, que lhe dá maior encanto, tem um gracioso campanário e um alpendre tipicamente português que acolhe os visitantes.
No interior, as paredes são revestidas com azulejos do século XVII, destacando-se três painéis alusivos à vida de Santo António, entre os quais o que representa o Milagre da Mula.
Para além da pia de água benta, possivelmente quinhentista, é notável a imagem em pedra do santo, atribuível ao século XV, de uma tocante serenidade.
A capela foi beneficiada por diversas vezes, tendo sido reconstruída e abrilhantada em 1848, por iniciativa de D. Maria Balbina Franco. As mais recentes intervenções verificaram-se nas décadas de 60 e de 80 do século passado.
No exterior, destaca-se um pequeno, mas belo cruzeiro, como que anunciando a proximidade da capela e marcando o espaço sagrado.
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CONVENTO DE NOSSA SENHORA DA BOA ESPERANÇA E CAPELA DE S. JOÃO BAPTISTA
O solar foi mandado construir no século XVIII pelo capitão-mor de Abrantes e cavaleiro da Ordem de Cristo, João Marques Ferreira. No século XIX foi habitado por um seu descendente, Vicente Ferreira Annes de Oliveira, um abastado proprietário que deu nome à rua, a principal artéria de Montalvo. Já no século XX passou para a posse dos Themudo, um outro ramo da família. Um dos seus membros, D. Maria de Serpa Pimentel Themudo doou toda a propriedade à Diocese de Portalegre para nela se instalarem as Irmãs Clarissas do Desagravo. Nasceu assim, em 1980, o Convento de Nossa Senhora da Boa Esperança.
A capela de S. João Baptista foi construída na segunda metade do século XVIII para servir de templo privativo e de panteão da família. No seu interior destacam-se o retábulo, as pinturas, o silhar de azulejos, o teto com o brasão da Ordem de Cristo a que pertencia o seu fundador e o registo de todos os Annes de Oliveira nela sepultados. São também interessantes as imagens, em especial as de pequena dimensão, bem como o Senhor da Paciência, em pedra policromada, do século XVII. Abre ao culto público a 24 de junho, 15 e 29 de agosto.
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IGREJA DA MISERICÓRDIA - Imóvel de Interesse Público
É um templo seiscentista. A data de 1696, inscrita no portal, corresponde possivelmente à sua conclusão.
De pequena dimensão, apresenta uma fachada simétrica e harmoniosa, sendo o portal encimado por um gracioso nicho que acolhe a imagem da Senhora da Fé.
O interior é completamente forrado a azulejos de meados do século XVII, de extraordinária beleza, em especial os que adornam o púlpito de pedra.
Notável é também o retábulo em talha do altar-mor, também do século XVII, recentemente foi restaurado (abriu ao público a 7 abril de 2023, após meses encerrada para restauro), e o escudo de armas de D. Pedro II que reinava em Portugal quando a igreja foi concluída.
Merecem ainda destaque as imagens do Senhor da Misericórdia, da Senhora da Fé, de Santa Luzia e do Senhor dos Aflitos, bem como as seis telas provenientes dos antigos Passos que existiram na vila até à República.
No chão alinham-se 24 túmulos, numerados, preenchendo todo o espaço reservado aos fiéis.
A Igreja, que serviu de matriz entre 1811 e 1822, teve anexo o Hospital da Misericórdia.
Foi classificada como imóvel de interesse público em 1978.
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IGREJA MATRIZ DE CONSTÂNCIA | IGREJA DE NOSSA SENHORA DOS MÁRTIRES - Imóvel de Interesse Público
Também conhecida por Igreja de Nossa Senhora dos Mártires, a igreja foi sendo construída, ao longo de vários séculos, a partir de uma pequena capela inicial em honra de Nossa Senhora dos Mártires.
O essencial da sua construção é do tempo de D. João V, com destaque para a torre sineira, o relógio de sol, as seis estátuas do interior, o sacrário e o púlpito.
Da 2.ª metade do século XVIII é o altar de Nossa Senhora da Boa Viagem, construído por iniciativa dos marítimos da vila, bem como a imagem que continua todos os anos a sair, pela Páscoa, para a procissão e a Bênção dos Barcos e das Viaturas nos rios Zêzere e Tejo.
Merecem ainda destaque, para além de valiosos quadros, retábulos e imagens, o órgão, adquirido em 1827 e recuperado em 2002, e a magnífica alegoria de Malhoa, pintada no teto no final do século XIX.
Serve de matriz desde 1822, por estar muito degradada a antiga paroquial de S. Julião, que acabaria por ser demolida, dando origem à atual Praça onde se encontra o pelourinho.
Foi classificada como imóvel de interesse público em 1954.
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IGREJA PAROQUIAL DE NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO
É uma construção do terceiro quartel do século XVIII, tendo adotado o tipo de templo que então era comum na região: edifício de uma só nave, de planta retangular, linhas simples na fachada com uma única janela sobre a porta, ao nível do coro alto, e uma torre sineira lateral ao corpo principal.
No interior, o espaço dos fiéis é separado do altar-mor por um arco de volta perfeita e, em tempos, também por uma cancela, da qual são ainda evidentes as marcas nas lajes do chão.
Merecem destaque a pia batismal, coroada por um pequeno painel de azulejos representativo do Batismo de Cristo, as duas pias de água benta e a imagem em madeira pintada da padroeira, Nossa Senhora da Assunção, setecentista. As imagens que a ladeiam representam S. João Batista e S. José com o Menino.
Pertencem ainda à Matriz de Montalvo as imagens de Santo António e de S. Sebastião, ambas em pedra da Batalha, do século XVI, que tiveram de ser retiradas do culto devido ao seu considerável valor.
Como era costume, existiu um cemitério na parte posterior da igreja até ao século XIX.
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IGREJA PAROQUIAL DE SANTA MARGARIDA DA COUTADA
É um templo do último quartel do século XVII, como testemunha a data de 1678 gravada na pedra por sobre a porta da fachada.
Dos meados do século seguinte (1747) é o belo relógio de sol que se encontra no cunhal do lado direito de quem olha, provavelmente obra do italiano João António de Pádua.
Foi beneficiada na segunda metade do século XIX, ocasião em que se lhe colocou a lindíssima cruz, datada de 1872 e esculpida na pedra por cima do janelão da fachada. Também o púlpito, que tem na base a data de 1878, foi então restaurado e pintado.
Novas obras de restauro foram realizadas na sequência de um fogo que atingiu a igreja no verão de 1987.
A maior riqueza deste templo rural são as suas imagens que, infelizmente, não podem estar ao culto devido à cobiça dos ladrões que já a assaltaram, em 1996. Apenas se mantém no seu lugar a Santíssima Trindade, uma imponente e pesadíssima imagem em pedra do século XVI, de grande valor artístico.
O adro é marcado pela majestosa presença de dois freixos, um dos quais seguramente secular.
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QUINTA E CAPELA DE SANTA BÁRBARA
Já no século XVI aqui existia uma quinta, chamada Quinta do Paio por pertencer a D. Francisco de Melo Sampaio, neto da castelã de Punhete e amigo de Camões que lhe dedicou uma trova do célebre Banquete das Trovas. Dos tempos de Camões, cuja passagem pela quinta é muito provável, subsistem ainda algumas construções, com destaque para as adegas, agora adaptadas a restaurante com a designação Refeitório Quinhentista.
Pertenceu, no século XVII, a D. Fernando Mascarenhas Lencastre, capitão de Goa, governador da Índia e depois de Pernambuco que, por testamento de 1714, doou a quinta, já então chamada de Santa Bárbara, aos Jesuítas. Daí até à expulsão da ordem de Portugal, em 1759, a quinta conheceu a sua época de maior esplendor.
Foram os Jesuítas que mandaram restaurar e beneficiar a capela, através de um contrato estabelecido com o escultor italiano João António de Pádua, em 1739. Nela merecem destaque o magnífico retábulo e o silhar de azulejos que conta a história de Santa Bárbara.
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