Museu dos Rios e das Artes Marítimas
Constância, antiga Punhete, teve durante séculos um importante porto que lhe permitiu desenvolver-se economicamente, através do transporte fluvial, da construção naval e da pesca.
Estas atividades fluviais, que se exerceram até meados do séc. XX, deixaram muitos vestígios dispersos pela vila e em risco de se perderem, cabendo ao Museu dos Rios e das Artes Marítimas recolher, estudar, valorizar e divulgar este vasto património cultural.
O Museu
Criado a 11 de abril de 1998, o Museu dos Rios e das Artes Marítimas tem um acervo constituído, principalmente, por peças de etnografia fluvial, com especial relevo para os instrumentos de trabalho e miniaturas de embarcações tradicionais.
Para acolher este espólio procedeu-se à reabilitação de um edifício antigo, pertença da autarquia, que reunia as caraterísticas para a criação de um espaço museológico para preservar o património fluvial.
Este edifício está implantado num jardim muito agradável onde estão expostas algumas peças dos barcos que faziam o transporte de mercadorias no rio Tejo, como fateixas, ancorotes, guinchos, etc.
SALA DA PESCA
Os rios Tejo e Zêzere sempre foram abundantes em peixe, como a fataça, o muge, a enguia, a saboga, o sável, a lampreia, sendo a pesca uma atividade de que viviam muitas famílias de Constância e arredores. Os pescadores trabalhavam durante todo o ano com diferentes tipos de redes, como o tresmalho, a varina, a savara, a sabogar, a nassa, o camaroeiro, a tarrafa, consoante o tipo de peixe mais abundante na época. Mas o período mais esperado era a primavera, período da desova da saboga, da lampreia e principalmente do sável. Este último era muito apreciado, sendo pescado em grandes quantidades pelos pescadores locais e por pescadores do litoral, como os avieiros e os varinos que se deslocavam ao Tejo para este tipo de pesca. As embarcações caraterísticas dos pescadores na zona de Constância eram a lancha, o abringel e o catrafuso e nelas trabalhavam tanto de noite como de dia e em qualquer condição atmosférica, lançando e colhendo as redes. E se para baixo iam ao sabor da corrente, para cima recorriam às velas. Caso não existisse vento, utilizavam os remos e a vara. Com a construção das barragens e o aumento da poluição das águas dos rios, muitos peixes quase desapareceram, mas atualmente ainda são as embarcações dos pescadores as poucas que se podem ver a navegar no Tejo.
SALA DO TRANSPORTE FLUVIAL
O rio Tejo foi até, meados do Século XX, uma grande via de comunicação e comércio, possibilitando à navegação um rápido escoamento das mercadorias que afluíam às povoações ribeirinhas vindas do interior (Beiras e Alentejo) por via terrestre e fluvial. Eram mercadorias essencialmente agrícolas, como a palha, a cortiça, a madeira, os cereais, o vinho, o azeite, a fruta, o carvão, funcionando tanto o Rossio de Abrantes, como Constância, Tancos, Chamusca, Santarém, etc. como importantes entrepostos comerciais dos produtos que se destinavam a abastecer Lisboa. Desta cidade, com destino ao interior, seguiam rio acima produtos para tratamento das culturas (sulfato, amónio e outros adubos), combustível, produtos alimentares e principalmente o sal. O varino era o barco utilizado nestes transportes, devido ao seu fundo chato que lhe permitia navegar em pouca água. Mas o progressivo assoreamento do rio Tejo tornava impossível esta atividade, principalmente no verão, levando muitos marítimos neste período, a trabalhar na zona de Lisboa, onde a falta de água nunca se fazia sentir, retomando a atividade, a montante, só no inverno. O assoreamento do Tejo e o aparecimento e concorrência dos meios ferroviário e rodoviário no transporte de mercadorias levaram à extinção do transporte fluvial por meados do século passado.
FESTA DA NOSSA SENHORA DA BOA VIAGEM
Nas povoações ribeirinhas, a atividade que envolvia maiores perigos era o transporte de mercadorias no rio Tejo. Os marítimos, designação pela qual eram conhecidos estes homens, trabalhavam em qualquer condição atmosférica e de navegabilidade, pondo muitas vezes a sua vida em perigo, assim como a subsistência das suas famílias. Por isso, a vila de Constância, terra de marítimos, desde há séculos, tem como protetora Nossa Senhora da Boa Viagem, amparo de todos aqueles que tiram o seu sustento do rio, principalmente dos marítimos. Esta classe, como agradecimento da proteção concedida, organizava e custeava anualmente, no período da Páscoa, uma grande festa dedicada a Nossa Senhora da Boa Viagem. Entre outros festejos, saía na segunda-feira uma procissão, em que os marítimos levavam o andor da Virgem e percorriam com ele as ruas da vila em direção às margens do Zêzere e do Tejo, onde as embarcações engalanadas esperavam para serem abençoadas.
Atualmente o transporte fluvial já não se faz, mas a Festa continua a realizar-se, abençoando-se pequenas embarcações e um cada vez maior número de automóveis. Porque as estradas substituíram os rios e os perigos são outros mas subsistem, não faltam os viajantes que pedem a proteção maternal da Virgem.
CONSTRUÇÃO NAVAL
O desenvolvimento da navegação fluvial no rio Tejo levou à construção de embarcações bastante variadas, conforme a função e o estilo próprio de cada estaleiro e povoação. Deste modo, em Constância construíram-se várias embarcações, como o varino, o desalijo, a barca de passagem, o batelão, a bateira, a lancha, a lancha-praieira, o abringel e o catrafuso, sendo a técnica de construção naval transmitida de geração em geração, geralmente de pais para filhos. Os estaleiros navais eram erguidos a céu aberto nas praias abrigadas dos rios Tejo e Zêzere, onde se fazia a construção e a reparação navais, geralmente nos meses do verão, ocupando neste período muitos calafates. Com o desenho do barco em papel ou de cabeça, os calafates (designação dada nas pequenas localidades ribeirinhas aos construtores navais) iam ao pinhal escolher as árvores e os troncos mais adequados, sendo o pinho manso a madeira mais utilizada nas cavernas e vaus, enquanto o pinho bravo era utilizado nas forras e pavimento. O eucalipto era empregue nos mastros e vergas e o freixo nos remos, palamenta e cana do leme. No estaleiro estas árvores eram limpas e serradas em tábuas e ao mesmo tempo faziam-se as peças curvas como o cadaste, as balizas e a roda de leme. Após isto, a quilha, vaus, forros exteriores e convés, iniciava-se a construção da ossada e procedia-se ao revestimento do casco. Depois calafetava-se o barco, colocava-se o breu e estava pronto a ir para a água. Com a embarcação já no rio, colocavam-se as velas, o mastro, os cabos, etc. Com a decadência do transporte fluvial, também a construção naval e os calafates foram lentamente acabando.
Memórias dos rios
A documentação fotográfica da primeira metade do século XX aborda a temática fluvial, em que os rios eram as grandes vias de comunicação e comércio.
Nas suas margens a vila de Constância foi crescendo, através das atividades relacionadas com os rios, como a pesca, a construção naval e o transporte fluvial.
O Museu em fotos
Até meados do século XX as populações viviam dos rios, para os rios e junto aos rios. Com o seu assoreamento e o desenvolvimento dos meios de transporte terrestres, a população virou-lhes as costas em busca de outro sustento. Mas no início do século XXI olha novamente para os seus rios, que entretanto adquiriram novas potencialidades, como a prática do desporto, o desenvolvimento do turismo e o lazer.
O Museu dos Rios e das Artes Marítimas pretende relembrar a importância económica e a profunda ligação que as gentes de Constância tinham e têm aos rios Tejo e Zêzere.
Funcionamento
PREÇÁRIO
Entrada individual, cada indivíduo: 1,00 €
Entrada acompanhadas com guia, cada indivíduo com um máximo de 20 pessoas: 0.50 €
HORÁRIO
De 2.ª a 6.ª – das 14.00 às 17.30 horas
CONTACTOS
Telefone: 249 730 053
E-mail:
Casa-Museu Vasco de Lima Couto
Casa apalaçada dos finais do século XVIII, foi habitação de diversas figuras importantes da vida local e nacional, como o ministro setembrista Passos Manuel, Jacinto de Sousa Falcão e sua esposa, descendente de um da linhagem dos doze de Inglaterra, o doutor Francisco de Oliveira Moncada, governador-geral de Angola e o professor pintor José Campas.
Pertence, desde os anos '70, a José Ramoa Ferreira, o Zé Brasileiro, português de Braga dos versos de Vasco de Lima Couto (1923-1980).
O poeta viveu nesta casa os últimos quatro anos da sua vida. Após o seu falecimento, foi transformada em Casa-Museu, inaugurada pelo presidente da República general Ramalho Eanes em 1981.
Guarda objetos pessoais de Lima Couto e muitos originais, em especial correspondência trocada com amigos, bem como uma rica coleção de arte constituída por mobiliário e pintura.
Museu Quintas do Tejo / Quinta Dona Maria
A QUINTA
A Quinta Dona Maria em Montalvo, encontra-se atualmente abandonada, mas, no início do século XX, era uma das quintas mais prósperas do concelho. Possuía grandes propriedades na região, onde predominava o cultivo do olival, da vinha e dos cereais. Com uma agricultura tradicional, ocupava grande número de homens, mulheres e crianças de Montalvo.
Os edifícios agrícolas da Quinta Dona Maria situam-se na rua Annes de Oliveira, frente à casa solarenga onde viviam os proprietários. Estes edifícios passaram a pertencer, no início do século XX, a Dona Maria de Serpa Pimentel, casada com Fernando Falcão Themudo. Por falta de descendência, as propriedades foram desmembradas, sendo a casa da família deixada à diocese de Portalegre e a Quinta Dona Maria à família Falcão Themudo.
A quinta entrou em decadência na segunda metade do século XX, tendo sido o lagar o último a fechar ao público, nos anos 80. Tinha sido modernizado alguns anos antes, uma vez que a quinta sempre teve extensos olivais e muita azeitona, não faltando, por isso, matéria-prima para o lagar.
Recentemente, a Quinta Dona Maria passou a ser propriedade do município de Constância, que pretende transformar este espaço no futuro Museu Quintas do Tejo, com o intuito de preservar a memória das antigas atividades agrícolas, através dos utensílios, equipamentos e ferramentas outrora utilizados pelas populações e que são testemunhos vivos de um tempo e espaço únicos e de uma cultura identitária que tende a desaparecer.
DONA MARIA DE SERPA PIMENTEL THEMUDO
Dona, por extenso, porque, segundo dizem as gentes de Montalvo, seu pai, D. João, ainda era de sangue nobre. Dona Maria toda a sua vida demonstrou ser uma mulher muito religiosa, tanto que as pessoas de Montalvo recordam-na a dar a doutrina, catequese, às crianças numa casa da sua propriedade. Quando estas crianças faziam a primeira comunhão, pelo S. João, oferecia às meninas um vestido e aos meninos uma camisa do mesmo tecido de flanela e ainda lhes oferecia um almoço no telheiro do pátio da sua Quinta, constituído por sopa, carne de borrego guisado com batatas e muita melancia.
Também no dia de Todos os Santos era muito generosa com as crianças de Montalvo. Já os esperava e dava os bolinhos no pátio à frente da sua casa, hoje Convento das Clarissas, com a ajuda das criadas. As crianças entravam no pátio e faziam fila, esperando cada uma pela sua vez para receber os bolinhos, que, geralmente, compreendiam uma tigela de castanhas, nozes, tremoços, uma romã, uma broa, marmelos, passas e, às vezes, até um tostão.
Casada com Fernando Falcão Themudo, nunca tiveram filhos. Daí os seus bens passarem para os sobrinhos do marido, da família Falcão Themudo. Já com as propriedades entregues a esses familiares, passava longas temporadas em Lisboa, regressando a Montalvo unicamente no verão. Porém, regularmente, um carro da família transportava produtos da quinta para a casa onde vivia em Lisboa, como azeite, vinho, ovos, aves, etc.
Dona Maria era uma pessoa muito querida em Montalvo, sendo recordada, ainda hoje, como alguém que tinha sempre algo para dar aos mais pobres e mais necessitados, bastando bater à sua porta.
Fernando Falcão Themudo faleceu em 1955, com 72 anos e Dona Maria viria a falecer em 1986, aos 89 anos.
Recuperação de edificíos
A Câmara Municipal de Constância adquiriu a Quinta Dona Maria, em Montalvo, com o intuito de ali criar um espaço museológico, denominado Quinta Dona Maria / Museu Quintas do Tejo, que, além deste, contemplará um restaurante, um espaço para exposições temporárias, um auditório e várias valências destinadas às crianças.
A recuperação da quinta, com a progressiva remodelação dos espaços interiores e exteriores, mantendo o seu traço arquitetónico, irá permitir recuperar espaços nobres, como o lagar, a destilaria, a adega, o celeiro e o estábulo. Para além disso, também se irá proceder ao restauro de carros, carroças e outros instrumentos agrícolas, a fim de devolver este espaço e estes instrumentos à população, através da criação de um futuro núcleo museológico.
Os trabalhos na Quinta iniciaram-se com o restauro do telheiro do pátio, do celeiro, do edifício do 1.º andar, com a recuperação do pavimento e cobertura e, por fim, em 2013, através de um projeto que envolveu o mecenato local, com a recuperação do telheiro de apoio à eira.
Restauro de carroças
Do espólio existente na Quinta Dona Maria, as peças que se encontravam em piores condições de preservação eram as carroças e carros de bois, que se situavam num alpendre que, posteriormente, ruiu, soterrando mesmo alguns veículos. Tornou-se, desde logo, premente começar a retirar as carroças para um espaço onde fosse possível iniciar as obras de restauro. Estas obras levaram à recuperação de três carroças que estavam devastadas pelos insetos da madeira, partidas, que apresentavam madeiras apodrecidas pela humidade e até, nalguns casos, falta de peças, estando algumas das peças de metal partidas, corroídas pela ferrugem e, até, desaparecidas.
Este trabalho de restauro e conservação tenta preservar estes meios de transporte utilizados na Quinta, sendo um testemunho vivo de memórias de um tempo e espaço únicos e de uma cultura identitária que tende a desaparecer.
Restauro de peças museológicas
A Quinta Dona Maria / Museu Quintas do Tejo é um projeto cultural muito importante do ponto de vista da memória coletiva da comunidade de Montalvo e do concelho de Constância porque pretende retratar a atividade agrícola tradicional, através da exposição dos utensílios, equipamentos e ferramentas outrora utilizados pela população e, sobretudo, recolher e salvaguardar as memórias, as vivências de quem trabalhou neste espaço, com estes instrumentos.
Este trabalho deve passar sempre pela sensibilização da comunidade para a importância de se efetuar um esforço conjunto para a salvaguarda de um património que é de todos e que nos identifica na região e no país.
Atividades
DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS
Em 1977, o Conselho Internacional de Museus (ICOM) criou o Dia Internacional dos Museus, com o objetivo de sensibilizar o público para o papel dos museus no desenvolvimento da sociedade e para nos recordar que os museus são espaços vivos que ajudam a criar laços entre visitantes, entre gerações e culturas em todo o mundo.
Neste âmbito, o município de Constância realizou uma iniciativa em Montalvo, na Quinta Dona Maria – Museu Quintas do Tejo, para o público escolar, no sentido de sensibilizar as crianças e os jovens para a importância, não só das atividades agrícolas desenvolvidas na Quinta, como também dos utensílios, especialmente os que eram utilizados na cultura de cereais e leguminosas, produtos de grande importância na alimentação da população durante a primeira metade do século XX.
A realização de um ateliê pedagógico no final da atividade permitiu aos alunos medir e mexer nas diferentes sementes expostas, além da elaboração de trabalhos criativos.
JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMONIO
As Jornadas Europeias do Património, iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, pretendem chamar a atenção para a dimensão humana de que o património se reveste, expressa materialmente em espaços e paisagens que nos marcam, que exploramos e com que convivemos numa relação de proximidade. São cerca de 50 os países que as promovem com o objetivo de sensibilizar e alertar as comunidades para a importância da proteção e salvaguarda do património.
Na Quinta Dona Maria decorreram as comemorações, num espaço do concelho que representa as atividades rurais que se exerceram até finais do seculo XX, pretendendo-se que contribua para preservar um património que é herança de todos.
Para esta preservação do património é fundamental estimular o sentimento de pertença e de sentir como seus o lugar e as vivências.
Foi nesse sentido que se promoveu a recriação de uma descamisada, onde não faltaram os petiscos, as músicas e as cantigas lembrando tempos idos, quando o campo e o que dele se extraía eram ganha-pão para grande parte da população.
A iniciativa decorreu em dois momentos distintos: durante a manhã o rancho e a junta de bois deslocaram-se ao campo para recolher as espigas de milho, que posteriormente transportaram para a eira da quinta Dona Maria, no final da tarde e com a ajuda da população, procedeu-se à descamisada. Como o seu nome indica, consiste em despir a maçaroca de milho, com a ajuda de um espeto, separando a capa exterior e as camisas interiores da espiga.
CENTENÁRIO DA I GUERRA MUNDIAL
A evocação do centenário da I Guerra Mundial recorda um acontecimento que marcou violentamente o nosso país, determinando, em parte, o curso da sua história.
Neste sentido, a Biblioteca Municipal Alexandre O'Neill está a promover um conjunto de iniciativas, focando, particularmente, a participação concelhia neste primeiro conflito mundial, visto esta ser desconhecida, ou mal conhecida, por muitos.
O concelho de Constância assumiu um papel preponderante na preparação do primeiro contingente militar, o Corpo Expedicionário Português (CEP), que constituiu a principal força que Portugal enviou para França, no início de 1917, com o objetivo de participar ativamente no esforço de guerra contra a Alemanha e, assim, conseguir o apoio dos seus aliados, evitar a perda dos territórios ultramarinos e consolidar a jovem república portuguesa, promovendo o seu reconhecimento nacional e internacional.
As manobras do CEP, dirigidas pelo general Norton de Matos em colaboração com o general Tamagnini, responsável pela organização deste corpo, decorreram entre maio e julho de 1916, em Constância e nos concelhos vizinhos, consistindo no treino militar de cerca de 20 000 homens com destino à frente da guerra em França.
Segundo relatórios oficiais, com este treino foi possível transformar homens pacatos em soldados aptos e capazes de enfrentar um conflito duro.
Este feito designou-se o Milagre de Tancos e culminou no dia 22 de julho com a grande Parada de Montalvo, com a qual se deu por concluída a formação do CEP e onde estiveram presentes, para além de familiares dos soldados, jornalistas, o presidente da República, Bernardino Machado, membros do governo, como o ministro da Guerra, general Norton de Matos, entre outros.
Cerca de 55 000 soldados portugueses, incluindo do concelho, foram enviados para França, com o propósito de combater ao lado dos aliados na frente europeia da guerra. Porém, a instrução que receberam, devido à falta de meios, mostrou-se insuficiente.
Apesar da vitória dos aliados, a tragédia da guerra não foi esquecida, pois milhares de soldados portugueses morreram, outros tantos ficaram feridos, alguns foram dados como desaparecidos e outros, ainda, foram feitos prisioneiros, sendo de destacar a Batalha de La Lys (9 de abril de 1918) como um dos acontecimentos mais dramáticos.
Logo, a estes soldados deve ser dado o devido reconhecimento, por terem defendido a sua pátria, lutando em condições desumanas durante muito tempo.
Assim, e decorridos 100 anos sobre este trágico acontecimento, importa conhecer e dar a conhecer as histórias de alguns soldados do concelho de Constância que partiram para a I Guerra Mundial, através de memórias e relatos de familiares e de objetos pessoais carinhosamente guardados, como diários, cartas, fotografias, cadernetas militares, etc.
Muitas destas histórias ainda estão vivas nas memórias dos familiares de alguns soldados que reconhecem a sua importância para a história da família, assim como para o património cultural do concelho de Constância.
De acordo com todo o trabalho realizado, em entrevistas e pesquisas efetuadas no Arquivo Histórico Militar, constatou-se que partiram para França cerca de 60 soldados naturais do concelho de Constância e, na sua maioria, nele residentes.
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